O perigo do orgulho
(…) perder-se não é algo tão ruim. Pode ser interpretado em termos bastante negativos, como punir a si mesmo, ou negar-se prazeres, ou crucificar-se de alguma forma, ou buscar dificuldades. O perigo disso, claro, é que cria uma espiritualidade negativa. Também cria uma atitude negativa em relação a si mesmo. Você começa a se objetificar da mesma forma que as pessoas fazem quando vão à academia, se exercitam e desenvolvem corpos muito bonitos. O corpo se torna um objeto do qual elas se orgulham e gostam que outras pessoas também admirem. Não é disso que se trata o caminho espiritual. O perigo de se perder dessa forma negativa, ou de tentar se perder dessa forma negativa, é que caímos no orgulho. Os professores do deserto eram muito conscientes do perigo do orgulho. Você poderia ser uma mãe ou um pai do deserto muito bons, no sentido de ser muito disciplinado, muito controlado, tendo dominado muitas de suas paixões, e ainda assim você caía no orgulho porque estava bastante satisfeito consigo mesmo por ser um professor tão bom. Então, o orgulho era a grande armadilha.
( Encontrando a Si Mesmo 1 Laurence Freeman)