Os meios devem ser compatíveis com o fim.

Se pensarmos na meditação como algo que fazemos, como um produto de consumo que compramos – as pessoas gostam de comprar meditação – então é um produto que possuímos. Quando ensinávamos meditação, fui com o Padre John, na década de 70, visitar um professor de meditação secular bastante conhecido em Londres, que nos convidou. Ele disse: “Oh, estou realmente encantado em saber que a igreja está ensinando meditação agora. Como vocês estão fazendo isso?” Então descrevemos e ele disse: “Bem, isso é fantástico. É exatamente isso. Mas vocês cometeram um grande erro. Primeiro, vocês estão fazendo parecer tão simples quanto é, e as pessoas nunca vão acreditar. Então vocês têm que complicar. Compliquem e então apresentem a verdade simples no momento certo.” E ele disse: “Para fazer isso, vocês precisam fisgar as pessoas; e a maneira de fisgá-las é cobrar delas. Quanto mais elas pagarem, mais engajadas e comprometidas estarão.” Não era o método de John Main para ensinar meditação, então não se tornou o nosso. Mas é possível entender o raciocínio por trás dessa abordagem. Penso que ela é profundamente falha porque utiliza os meios errados – os meios têm de ser coerentes com o fim – e, por isso, acabam por se tornar contraproducentes e autodestrutivos.

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