A necessidade de um novo caminho
Um trecho de Laurence Freeman OSB, “Dearest Friends”, The WCCM International Newsletter, inverno de 1996.
Hoje, precisamos de uma nova forma de diálogo religioso, de tolerância, reverência mútua e de aprender uns com os outros, algo que aqueles que nos antecederam jamais poderiam ter imaginado. No entanto, a justeza de tal forma para nós é atestada pelo fato de ser tão compatível com a personalidade e o exemplo de Jesus. Ele não rejeitava ninguém, tolerava a todos e via o mistério de Deus em todas as pessoas e na natureza. Comia com aqueles que deveria ter desprezado; falava com aqueles que deveria ter evitado. Era tão aberto aos outros quanto a Deus.
Em Jesus, o tempo e a eternidade se cruzam… e a intersecção acontece na pobreza humana de espírito… A pobreza não é apenas a ausência de coisas, mas a consciência de nossa necessidade dos outros, de Deus. A carência humana é universal. Os mais ricos e os mais poderosos, assim como os mais pobres e os mais marginalizados, são todos igualmente necessitados. A carência é simplesmente o forte sentimento que surge em resposta ao fato da nossa interdependência.
Na meditação, mergulhamos em um nível de realidade mais profundo do que o da nossa mente superficial e egocêntrica, onde frequentemente ficamos presos na rede da ilusão da nossa independência e isolamento. Não estamos separados uns dos outros ou de Deus. Sabedoria é o reconhecimento desse fato, e compaixão é a prática disso.
Após a meditação: um trecho do Shvetashvatara Upanishad em THE UPANISHADS, trad. Eknath Easwaran ( Tomales , CA: Nilgiri Pressm , 1995), pág. 225.
Que o Senhor do Amor, que se projeta
Neste universo de formas infinitas,
De quem todos os seres vêm e para quem todos
Retornam, nos conceda a graça da sabedoria.
Ele é o fogo, o sol, e a lua
E as estrelas. Ele é o ar e o mar,
E o Criador, Prajapati.
Ele é este menino, ele é aquela menina, ele é
Este homem, ele é aquela mulher, e ele é
Este velho também, cambaleando em seu cajado.
Seu rosto está em todo lugar.
Ele é o pássaro azul, ele é o pássaro verde
Com olhos vermelhos; ele é a nuvem de tempestade,
E ele é as estações e os mares.
Ele não tem começo, ele não tem fim.
Ele é a fonte da qual tudo evolui.
Do seu poder divino surge toda esta
Demonstração de nome e forma, de você
E de mim, que lança o feitiço da dor e do prazer.
Somente quando atravessamos o véu
Vemos Aquele que aparece como muitos.