Um filho de Deus

 

“O amor vem de Deus”,  diz São João.  “Todo aquele que ama é filho de Deus.”

Essa experiência de amar a Deus está enraizada em nossa capacidade de ser amado. E é a grande qualidade de uma criança que uma criança quer ser amada. É a coisa mais natural; talvez a única coisa que uma criança quer com todo o seu ser é ser amada. É essa capacidade infantil de ser amado que recuperamos por meio da meditação, nossa identidade mais profunda e verdadeira como filho de Deus. E é esse autoconhecimento de nós mesmos como filho de Deus — querer ser amado e aceitar a pobreza, a vulnerabilidade de precisar ser amado — é isso que nos cura. É esse autoconhecimento, essa visão da realidade que nos cura e cura a pessoa inteira; e a pessoa inteira inclui a realidade psicológica que somos como filhos de nossos pais, como marido ou esposa, ou amigo, ou irmão ou irmã, ou o que quer que seja. Essa realidade psicológica na qual passamos a maior parte do tempo pensando, lutando, é uma parte real de nós, mas não é a pessoa inteira. Aqui está a diferença básica entre o caminho do espírito e o caminho da psicologia. Nossa identidade mais profunda é nossa identidade como filhos de Deus, e é descobrindo e sabendo disso que liberamos poderes cósmicos de cura e renovação.

(Aspectos do Amor 3  por Laurence Freeman OSB  )

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