Carta 16 – Apresentação da Meditação a uma audiência predominantemente cristã
Cara(o) Amiga(o)
Seguem-se sugestões para apresentações a grupos semanais. Os pontos a seguir podem motivar uma série de apresentações. Restrinja sua introdução a no máximo 15 minutos nos seus encontros semanais de grupo.
• Apresente-se brevemente, mostrando-se ao grupo como parte da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã. Descreva resumidamente como você começou a meditar. Enfatize a tradição universal da meditação, que não é apenas uma tradição oriental, mas está também enraizada em nossa tradição cristã. Depois conduza o grupo ao silêncio por alguns momentos, antes de iniciar com uma passagem adequada da escritura, e comente-a de maneira a estabelecer a meditação como uma forma de oração. Por exemplo: Mt 6,6: interioridade, poucas palavras; Mt 6,8: confiança; Mt 6,25: abandono das preocupações, atenção plena.
• Chame a atenção para o fato de que em muitas das diferentes denominações religiosas existe uma ênfase exagerada no “fazer”: atividades paroquiais, comissões, pastorais, etc. Ressalte a distinção entre “ser” e “fazer”. Nós todos podemos estar “fazendo” demais. Recorde aos ouvintes a história de “Marta e Maria” (Lc 10, 38-42) e enfatize que precisamos ser ambas, em diferentes momentos, mas sugira que a qualidade do nosso “fazer” depende de nosso “ser”, em paz conosco mesmos e em silêncio interior, de forma a podermos ouvir os outros.
• Apresente John Main OSB e sua redescoberta da tradição cristã de meditação em João Cassiano. Ressalte o fato de que João Cassiano é um mestre aceito por todos os cristãos, que viveu muito antes da divisão do Cristianismo em várias denominações. Assim, a meditação é muito importante no ecumenismo. É uma forma natural de cristãos orarem juntos, ao passo que as palavras e o ritual podem nos dividir. A oração profunda mostra-nos que já somos “um em Cristo”. “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18, 20). A meditação não apaga as diferenças, mas as vemos de maneira mais leve e tolerante. Ela atua como um antídoto para o fundamentalismo, por respeitar as diferenças e aprender a perdoar um ao outro de “coração”. Diversidade e unidade são ambas necessárias. Em Mc 9, 38-41, Jesus mostra tolerância, e respeita as diferenças. Meditação é voltar para casa, em si mesmo, para a relação pessoal com Cristo e para nossa unidade cristã original.
• Apresente a meditação como o elo perdido na nossa corrente de oração. Ela completa e reforça, sem substituir, as outras formas de oração. Ela enriquece, especialmente, a prece das escrituras. Ressalte que a meditação é uma dimensão da oração que conduz ao silêncio. Não estamos falando com Deus, não estamos pensando em Deus, mas “estamos com” Deus, estamos em comunhão com a presença de Cristo em nossos corações. O silêncio é “adoração em espírito e em verdade”.
Até a Próxima Semana
Escola da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã
BRASIL