Terceiro Domingo do Advento
João 1,6-8.19-28
João Batista sabia que não era a luz que o mundo esperava. Mas também sabia que estava incumbido de testemunhar essa luz e apontar para a luz verdadeira quando surgisse.
Vivemos hoje numa era de profetas falsos e efêmeros, especialmente no nosso mundo político anárquico e amoral. Suas mensagens de campanha chegam a ser surreais e absurdas para qualquer pessoa razoável, pois arrastam teorias da conspiração marginais para o centro do debate público com o propósito de agradar e enganar os extremistas. Os poderes da ilusão, quando não são expostos por profetas autênticos, esgotam o espírito. Onde está a luz da verdade, a verdade que nos liberta, a luz do mundo?
Em muitas religiões e culturas são celebrados festivais de luz nesta época do ano: Hannukah para os judeus, com acendimento de velas, refeições, músicas, jogos e presentes para as crianças; Diwali, a festa hindu que celebra a vitória da luz sobre as trevas, da verdade sobre a ignorância, do bem sobre o mal. Algumas variações deste último são observadas com alegria por jainistas e sikhs. Na Tailândia e no sudeste asiático, a festa de Loi Krathong faz cestos de luzes acesas navegarem nos rios para agradecer aos deuses da água.
O Natal é comemorado em 25 de dezembro porque substituiu a festa do deus romano Sol Invictus que, como todas as outras festas, está ligada ao solstício de inverno no Hemisfério Norte. O dia mais curto e a noite mais longa do ano serão vistos em poucos dias. O grande ciclo do sol atinge o seu ponto mais baixo, mas ao atingi-lo ele renasce. Um novo ciclo começa e, a partir daí, cada dia é mais longo que o anterior, a princípio imperceptivelmente, mas logo inegavelmente.
New Grange é um cemitério monumental de 5.000 anos em Count Meath, na Irlanda. Quando nasce o sol em 21 de dezembro, o primeiro raio de luz solar direta do sol recém-nascido entra precisa e silenciosamente na estreita abertura acima da entrada, penetra no maciço de rocha sólida e enche a câmara interna de luz dourada por 17 minutos. A luz vence as trevas. É irresistível, mas ao mesmo tempo suave. À medida que fica mais forte com lampejos ocasionais, sua intensidade aumenta, assim como o poder de sua beleza. Ela se comunica puramente por si mesma: este é o significado de ‘verdade’.
Espero que você reserve um tempo para assistir a este pequeno vídeo silencioso desse fenômeno. Ele captura um momento sagrado, a revelação de Deus na natureza. E pode nos dar uma ideia de como a luz de Cristo, a luz da verdade, realmente entra e muda o nosso mundo.
TEXTO ORIGINAL
Advent 2023
Third Sunday
John 1:6-8,19-28
John the Baptist knew he was not the light that the world was hoping for. But he knew he was commissioned to witness to that light and point to the true light when it appeared.
We live today in an era of false, short-lived prophets especially in our anarchic and amoral political world. Their campaign messages can descend into the surreal, absurd to any reasonable person, as they drag fringe conspiracy theories into public debate to flatter and deceive extremists. The powers of illusion when they are not exposed by authentic prophets drain the spirit. Where is the light of truth, the truth that sets us free, the light of the world?
In many faiths and cultures at this time of the year festivals of light are celebrated. Hannukah for the Jews, with the lighting of candles, meals, song, games and gifts for children. Diwali, the Hindu Festival celebrating the victory of light over darkness, truth over ignorance , good over evil. Variations ofthis are joyfully observed by Jains and Sikhs. In Thailand and South-East Asia the festival of Loi Krathong sees baskets of burning lights set sail on rivers to thank the gods of water.
Christmas is celebrated on December 25th because it replaced the feast of the Roman god Sol Invictus, which like all thesefestivals is linked to the winter solstice, happening in a few days, the shortest day and the longest night. The great cycle of the sun reaches its nadir but as it hits the lowest point it is reborn. A new cycle begins and then each day is longer than the one before, at first imperceptibly but soon undeniably.
New Grange is a monumental 5,000 year-old burial mound in Count Meath, Ireland. At sunrise on December 21st, the first ray of direct sunlight from the new-born sun precisely, silently, enters the narrow aperture over the entrance, penetrates into the mound of solid rock and fills the inner chamber with golden light for seventeen minutes. Light overcomes darkness. It is irresistible and yet gentle. As it grows stronger with occasional surges, its intensity increases and the power of its beauty. It communicates purely by itself – the meaning of truth.
I hope you can take time to watch this short silent video of the phenomenon. It captures a sacred moment, the revelation of God in nature. And it may give you a sense of how the light of Christ, the light of truth, actually enters and changes our world.