Carta 18 – Exemplos de apresentações da meditação a uma audiência predominantemente cristã (2ª parte)
Cara(o) Amiga(o)
Seguem-se sugestões para apresentações a grupos semanais. Os pontos a seguir podem alimentar uma série de apresentações. Restrinja sua introdução a no máximo 15 minutos nos seus encontros semanais de grupo.
• Realce a importância de John Main como mestre espiritual. Ao redescobrir nossa maneira de meditar (a repetição de uma palavra/oração para entrar no silêncio) nos escritos de João Cassiano (um monge do século IV dC), ele contribuiu em muito para a recuperação dessa tradição espiritual, e da dimensão contemplativa da oração. Após o florescimento dessa forma de oração entre eremitas cristãos do deserto, nos séculos IV e V, ela foi considerada uma forma de oração válida apenas para santos e para alguns monges ou monjas, especialmente espiritualizados, e definitivamente não para as pessoas comuns. Mas, John Main ressaltou que a meditação era para todos: “A meditação é tão natural para o espírito, quanto a respiração o é para o corpo.” Desde a morte de John Main, Laurence Freeman passou a liderar a Comunidade Mundial para a Meditação Cristã.
• Enfatize a simplicidade da meditação; não se trata de uma técnica complicada, não há teoria difícil que precise ser dominada, porém, com certeza requer disciplina – praticar duas vezes ao dia conduzirá à oração continua. Todavia, trata-se de uma disciplina auto imposta: meditar ou não, é da livre escolha de cada um.
• Introduza o conceito de um Mantra, isso que é um termo do Sânscrito que já faz parte do dicionário AURÉLIO da Língua Portuguesa, e é utilizado na vida diária. Seu significado é: “instrumento para conduzir o pensamento”. João Cassiano usava o termo “fórmula” e isto foi traduzido por John Main como “mantra”. Nós o utilizamos no sentido a que se refere o livro anônimo “Relatos de um Peregrino Russo”, quando fala da ‘Oração de Jesus’, uma palavra/oração que repetimos em nosso coração. John Main recomendou “Maranatha”, uma oração em aramaico (a língua que Jesus falava) que era importante para os primeiros cristãos, que significa: “Vem senhor” ou “O Senhor está vindo”. São Paulo a usou em 1Cor 16; São João termina o livro do Apocalipse (da Revelação) com ela, e segundo estudiosos modernos, era uma senha dos primeiros cristãos para entrar nas celebrações secretas da Eucaristia, durante as perseguições dos romanos.
• Explique o objetivo do Mantra. Ele simplifica e unifica a mente ao nos libertar das distrações. O resultado é uma quietude alerta, focalizados em Deus. Ao silenciar nossos pensamentos, nós “deixamos o eu para trás” (Lc 9, 23) e nos tornamos mais atentos a Deus e, também, aos outros em nossa vida diária. Ao nos limitarmos à “pobreza do verso único” (Cassiano), nos tornamos “pobres em espírito” (Mt 5, 3). “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça” (Mt 6, 33-34). Explique como repetir o Mantra: suavemente; sem avaliar; sem esperar alcançar qualquer coisa; não o utilize como uma martelo que golpeia seus pensamentos; repita-o com fé e amor.
“A não ser que e o mantra venha acompanhado de fé e amor, ele não tem verdadeiro valor; isso o tornaria apenas um mecanismo. Acreditar no mecanismo do mantra é um verdadeiro perigo. Porém, como expressão de fé e de amor, torna-se um meio muito poderoso de dirigir sua fé e de abrir-se para Deus.” (Bede Griffiths)
Até a Próxima Semana
Escola da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã
BRASIL