carta 43 – Meditação – a mudança do pensamento do hemisfério esquerdo do cérebro para o hemisfério direito
Nas duas últimas edições das Cartas de Ensinamentos Semanais vimos como o cérebro é um instrumento dado por Deus que nos permite entrar em uma relação mais profunda com o fundamento espiritual do nosso ser, com a Realidade Divina. A chave para tudo é prestar atenção ao nosso mantra, nossa palavra sagrada de oração. Só isso. Nada mais é necessário. Vimos como isso nos levou do pensamento ao silêncio, do estresse ao relaxamento, da dualidade à unidade, mostrando como corpo e mente estão conectados.
A pesquisa sobre a função dos dois hemisférios do cérebro lança mais luz sobre o efeito do funcionamento do cérebro. Como a Dra. Shanida Nataraja aponta em The Blissful Brain: “Com relação ao processamento de informações sensoriais recebidas e controle do movimento, os hemisférios cerebrais esquerdo e direito têm uma função semelhante: o hemisfério direito controla … o lado esquerdo do corpo, enquanto o hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo. No entanto, em outros aspectos, a função dos dois hemisférios é assimétrica.”
A pesquisa mostrou que, embora tudo no cérebro esteja intrinsecamente conectado, ainda há uma diferença de função entre os dois hemisférios do cérebro. Shanida toma a linguagem como exemplo: “Como o hemisfério esquerdo contém as regiões cerebrais associadas à linguagem escrita e falada, muitas vezes pensa-se que seja o hemisfério dominante (…) O hemisfério direito contém regiões associadas à compreensão e geração de inflexão emocional à linguagem. A cooperação entre os hemisférios é, portanto, importante: os hemisférios esquerdo e direito produzem uma descrição parcial, mas complementar, do mundo. [Para facilitar] essa cooperação [existem] extensas conexões entre os dois hemisférios.
É claro que muitos aspectos do nosso comportamento surgem da atividade nas células cerebrais distribuídas em várias áreas diferentes do cérebro. No entanto, nossos hemisférios esquerdo e direito nos oferecem dois modos diferentes de pensar e perceber. O hemisfério esquerdo nos dá acesso ao pensamento do cérebro esquerdo, que é mais racional e analítico, mas também não confiável e sujeito aos nossos filtros embutidos e condicionados, [já que o ego está em seu centro]. O hemisfério direito nos dá acesso ao pensamento do cérebro direito, que é mais abstrato, conceitual e talvez até mais verdadeiro, mas seus insights podem ser mais difíceis de entender intelectualmente, [já que a intuição está no centro].” (The Blissful Brain)
Nossa sociedade valoriza a racionalidade e a praticidade do pensamento do cérebro esquerdo e lhe dá um peso considerável na educação. Sua ênfase no pensamento racional, lógico e concentrado de foco restrito e no planejamento é considerada necessária para o progresso e o sucesso. Mas poderia nos restringir a um ponto de vista, que se concentra apenas em nosso próprio benefício e sobrevivência. É por isso que a meditação é de extrema importância em nosso mundo atualmente. Ao prestarmos atenção unidirecional durante nossa meditação regular, lentamente somos capazes de mudar mais facilmente para o nosso pensamento do hemisfério direito com sua ênfase na intuição, criatividade, espiritualidade e sua perspectiva mais ampla e abrangente, o que inclui levar em conta a importância emocional do efeito de nossas ações sobre os outros e suas consequências para o mundo que nos rodeia. Albert Einstein diz sucintamente: “A mente intuitiva é um dom sagrado e a mente racional é um servo fiel. Criamos uma sociedade que honra o servidor e esqueceu o dom”.
Como Shanida disse na citação acima, as perspectivas de ambos os hemisférios são parciais, mas complementares – ambas são necessárias para uma abordagem integrada da vida. As próprias conquistas de Albert Einstein também provam isso. Aqui, novamente, a prática regular da meditação desempenha um papel. Não apenas nos permite mover-nos mais facilmente entre os dois hemisférios e suas diferentes visões parciais sobre a realidade, permitindo-nos [igualmente] levar ambos em conta. Mas também ao fazer isso fortalece essas conexões – quanto mais fortes as conexões, mais suave é a mudança entre os dois hemisférios e vice-versa. Tanto a parte racional quanto a intuitiva/espiritual do nosso ser podem, assim, influenciar nossas ações, levando a um modo de ser mais equilibrado e harmonioso.
