Carta 7 – A Universalidade da Meditação

Cara(o) Amiga(o)

A meditação é uma disciplina espiritual, universal e central na maioria das Religiões e Tradições de Sabedoria do mundo. Há muitas formas diferentes de meditação nessas diversas tradições, todas igualmente válidas à sua própria maneira. Em todas, a ênfase está mais na prática e na experiência da meditação do que no seu conhecimento e teoria.

No cristianismo, ela é também uma disciplina autêntica, embora algumas vezes pareça que esse é o segredo mais bem guardado do mundo. Como Laurence Freeman sempre enfatiza, Jesus ensinava a contemplação e este é o motivo pelo qual ela floresceu no século IV, particularmente entre os Padres e Madres do Deserto no Egito e na Palestina, que baseavam suas vidas no exemplo de Jesus. João Cassiano compilou seus ensinamentos em seu livro “Conferências”. Foi nesses escritos que John Main OSB, um monge beneditino, redescobriu essa tradição para o nosso tempo, e a abriu para todas as pessoas, chamando-a de Meditação Cristã. Não é apenas o modo de orar dos Padres e Madres do Deserto, mas também o de outros incontáveis místicos cristãos através dos tempos, até nossos dias. É, também, uma maneira de orar estabelecida muito antes da Reforma, e antes mesmo da separação entre o Catolicismo Romano e o Cristianismo Ortodoxo Oriental. É, portanto, uma bonita e ecumênica forma de orar em conjunto.

Não devemos esquecer que todas as formas de oração são válidas. Nas palavras de Laurence Freeman: “A meditação é a dimensão que falta em grande parte da vida cristã de hoje. Ela não exclui os outros tipos de oração e, na verdade, aprofunda nossa reverência aos sacramentos e escrituras.” Ele explica a conexão entre todas as diferentes formas de oração pela imagem de uma
antiga roda de madeira:

“A finalidade de uma roda é mover um carro. A oração é a roda que move nossa vida espiritual em direção a Deus. Para girar, a roda deve estar em contato com o chão. Se a roda não toca o chão, ela não movimenta o carro, vai apenas girar em falso. Assim deve existir um tempo e lugar reais em nossa vida diária para dedicarmos à oração.

Os raios da roda são como as diferentes formas de orar. Todas elas são válidas e efetivas. Temos a Eucaristia, a oração de intercessão, os sacramentos, a leitura das Escrituras e as devoções pessoais. O que mantém os raios unidos e movimenta a roda é seu cubo. Os raios convergem ali. Podemos imaginar esse cubo como sendo a Oração de Cristo que habita nossos corações. No cubo da roda há quietude. Sem este ponto central imóvel, a roda não consegue girar. 

Meditar é voltar à quietude do centro de nosso ser. Quando meditamos, entramos nessa quietude central que é a fonte de todas as nossas ações, nosso movimento em direção a Deus através do Cristo em nosso interior. O movimento da roda requer a quietude do centro. Esta é a relação entre a ação e a contemplação”.

Até a Próxima Semana

Escola da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã
BRASIL

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