Carta 4 – Como John Main descobriu a meditação?
Cara(o) Amiga(o)
John Main conheceu a meditação quando servidor do Serviço Colonial Britânico na Malásia. No desempenho de suas funções ali, conheceu Swami Satyananda, fundador da “The Pure Life Society” de Kuala Lumpur, que levava uma vida espiritual dedicada a servir aos outros. John Main ficou muito impressionado com a serenidade e a santidade daquele monge, e, quando terminou a atividade oficial, puseram-se a conversar sobre a prece, especialmente sobre a forma de Swami repetir um mantra durante todo o período de sua meditação. Logo, John Main viu-se perguntando ao Swami se ele, como cristão, poderia aprender a orar daquela forma.
No seu livro “Meditação Cristã”, John Main reconta como o Swami enfatizou a importância de meditar cada manhã e cada noite por meia hora, dizendo:
Se você levar a sério e quiser que esse mantra lance raízes em seu coração, esse é o investimento mínimo… Durante o período de sua meditação, não deve haver na sua mente nenhum pensamento, nenhuma palavra, nenhuma imaginação. O único som será o som do seu mantra, sua palavra. É como uma harmônica. E ao soar essa harmônica em nós, nós começamos a desenvolver uma ressonância. Essa ressonância então nos impulsiona para nossa integralidade… Nós começamos a experimentar a profunda unidade que todos nós possuímos em nosso próprio ser. E então, a harmônica começa a desenvolver uma ressonância entre você e todas as criaturas, e toda a criação, e uma unidade entre você e seu Criador.
Esse foi o início da jornada de meditação de John Main. A meditação leva ao silêncio que conduz à oração contemplativa, oração silenciosa profunda, e ela se tornou o principal apoio de sua vida de oração e de toda sua existência, e finalmente levou-o a se tornar monge. Naquela época, a meditação não era tinha aceitação geral como uma forma de oração cristã válida, e ele teve que renunciar a ela ao entrar no noviciado, o que ele fez dentro do espírito de obediência beneditina. No entanto, apesar de ela lhe fazer uma dolorosa falta, encarou isso como o aprendizado de uma forma de desprendimento: “Eu aprendi a me desprender da prática que me era mais sagrada, e sobre a qual estava buscando construir minha vida. Em vez disso, aprendi a construir minha vida sobre o próprio Deus”.
Muitos anos depois, ele se rejubilou ao redescobrir a prática que o Swami lhe havia ensinado, nos escritos de João Cassiano, um monge cristão, um Padre do Deserto do século IV AD. Ali ele leu sobre “a prática de usar uma única fórmula, ou sentença curta, para alcançar a quietude necessária à oração”. Ele sentiu que “havia voltado ao lar mais uma vez, e retornou à prática do mantra”.
Ele foi um pioneiro no compartilhamento dessa forma de oração, através dos grupos de meditação, de livros e de retiros, não apenas com monges, mas com pessoas comuns, jovens e idosos. Após sua morte, Laurence Freeman OSB assumiu essa tarefa e se tornou o guia espiritual da Comunidade e, em 1991, fundou a Comunidade Mundial para a Meditação Cristã.
Até a Próxima Semana
Escola da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã
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